A Catarse de Hefesto # By E.D.M.

  CONTINUAÇÃO DE

Bherona e O Matadouro<<---(click aqui )

   Os primeiros raios do sol começam a aquecer seu corpo suado e ensangüentado. Vestia apenas uma calça preta muito velha, e ao chegar perto do açude, começou a despir-se... Bherona estava melhor do que ele podia se lembrar. Só lamentou o fato de n poder apreciar a visão de seu corpo por causa da escuridão, mas, notou pelo toque que ela havia tornado-se uma mulher de curvas generosas, e, ainda mais experiente e desinibida do que há dez anos... Deliciosa... Era essa a palavra que a definia... Mas não a deixaria ver o que havia acontecido ao seu rosto. Não... Isso, não...

     Entrou na água... Estava fria...

     Enquanto banhava-se, vinham as lembranças dela adolescente, já bastante ousada... Tinha quatro anos a mais que ele e era cheia de malícia e maldade. Ela o apelidara carinhosamente de “Lobinho”, por causa do seu olhar assustado e o cabelo ruivo e liso, semelhante à pelagem de um lobo guará...

     Bherona o iniciou sexualmente quando ele era apenas um menino, com jogos excitantes e proibidos, lhe despertando o gosto pelo sangue e profano...

     Quando ela chegou à fazenda há alguns dias, ele observava de longe ela descer do carro. Montado em seu cavalo. Chapéu e lenço cobrindo o rosto... Teve o lado esquerdo da face completamente desfigurado por seu próprio pai, que em um acesso de raiva, rasgou seu rosto com um facão do canto da boca à orelha. O velho já era ruim, tinha fama de estuprador e bandido, e ficou pior quando a cabanha fechou e ficou desempregado. Por isso, o rapaz deixou os cabelos crescerem, apenas numa triste tentativa de se esconder um pouco... Ele tinha muita vergonha da sua grande cicatriz...

     Mas... Todos os maus tratos, a miséria e a dor foram suportados apenas na esperança de revê-la, e esse dia chegou... Ela não parecia a mesma, mas com o estímulo certo, ela cedeu e gostou muito das brincadeiras dele...

     As lembranças do passado e da noite anterior estavam lhe deixando muito excitado e ele começou a tocar-se... Saiu da água, deitou-se na margem e masturbava-se muito à vontade, tendo a certeza que ninguém o veria, ninguém vinha para aquela parte da propriedade...

     Então, quase no ápice de seu ato, teve uma sensação estranha, farejou algo no ar, sentiu a presença de alguém... Parou, observou... Mas seu sexo latejava de tesão, o que atrapalhava significativamente os seus instintos...

     Continuou a tocar-se com os olhos fechado, quando foi despertado de suas fantasias por uma voz sarcástica e, assustadoramente familiar...

-Ora, ora, Lobinho! Achou que eu não ia perceber que só podia ser você! Quem mais me daria um presente de boas vindas tão bom! Uma trepada e... A cabeça do seu pai!

     Lá estava ela. Bherona. Nua, com seu sorriso satânico, toda ensangüentada e com uma cabeça decepada nos braços, destruída de tantas mordidas...

     Ele olhou-a apavorado, e tentou cobrir o rosto com as mãos, deixando seu membro ereto exposto.

-E veja só... Você n é mais um filhote! É um macho adulto... E... Muito bem desenvolvido...

     Disse Bherona sorrindo, olhando maliciosamente para o seu pênis e seu corpo jovem e musculoso, que apesar de tudo, ainda possuía alguma beleza.

     Aproximou-se do rapaz sem cerimônia, com aqueles olhos amendoados cuspindo fogo. Seu corpo era deliciosamente voluptuoso: Quadris largos e arredondados, cintura fina e coxas fortes e roliças...       Uma fêmea perfeita... Pelo menos para ele...

-Vamos, Lobinho! Agora eu quero brincar!  Você brincou comigo ontem a noite! Teve saudade?

     Bherona largou a cabeça do velho sobre uma pedra e partiu p cima dele, segurando seus braços e começando a chupá-lo compulsivamente, enquanto o imobilizava. Aquilo o deixava  louco... Parava, ria e continuava... Sentou-se sobre o seu rosto, virada de costas p ele, que correspondeu com uma deliciosa sessão de sexo oral, ás vezes penetrando-a com a língua...

-Hummm... Que delícia... Desde ontem eu notei que você pegou prática nisso... Lembra dessa nossa brincadeira? Quando você me lambia, e depois eu deixava meter... Mas... Conte-me... Com quem aprendeu? Com as putinhas da vila? Matou alguma? Ou esse velho safado do seu pai foi o primeiro?

     Deslocou-se de cima do rosto dele, deslizando de propósito a vagina molhada pelo seu peito e barriga. Até encaixar-se nele...

     E... Por Deus como ela estava quente por dentro... Aquela mulher sempre foi o seu paraíso e a sua perdição...

     Ao notar que Bherona olhava diretamente pra o seu rosto, ele virou-se constrangido, ela simplesmente falou:

-O que foi? Continue me fodendo! Acha que eu estou preocupada com essa cicatriz idiota?Você só se tornou por fora, o que é por dentro... E eu gosto do que você é...

    E continuou cavalgando nele até o êxtase. Ele, vendo-a gozar, e se retorcer de prazer, ficou ensandecido como um animal no cio e, em seguida chegou ao orgasmo... Ambos caíram lado a lado, suados e cansados...

-Lobinho, Lobinho... Acredita que eu tinha me esquecido completamente como isso era bom? Acho que fiquei com muita raiva...  Muito triste... Quis esquecer tudo isso... Desde que esse asqueroso do seu pai me violentou no matadouro... Lembra? Quando meu avô descobriu, ele foi atrás do seu pai para matá-lo... Mas n deu tempo... Meu avô morreu de tristeza... Ainda bem que você ainda está aqui, senão, isto aqui estaria uma merda!

     E olhando para a cabeça decepada, que agora começava a juntar moscas, ela disse rindo:

-E você? Seu velho pervertido, bêbado! Gostou do que viu? O seu filho, que tanto chamou de “fardo inútil”, me comendo... Me fodendo gostoso! Coisa que você não soube fazer! Ah... Esqueci! Você não pode ver nada... Por que... Eu comi seus olhos! Hahahaha!

     O rapaz apenas a ouvia e tentou sorrir, fazendo uma expressão horrorosa por causa de sua deformidade e, com a voz alterada e de difícil dicção, ele falou no ouvido dela:

-... E você não mudou nada, Bherona...

                                                      FIM